BARRA DE JEANS - TEATRO DE MARCO MENDES di SIERVULI

O que vocês estão sentindo, eu também estou. E talvez um pouco mais, por ter um irmão na diretoria da UNE. Mamãe está lá em casa. Deus sabe o que deve estar passando em sua cabeça, e suas orações por um filho seu, do qual para ela é o maior orgulho, e de quem, há muitos dias, não recebe uma notícia. Lá em casa não se liga rádio e nem TV. E toda noite é uma esperança que morre e outra que nasce, com sono do cansaço.
Não é por nós que devemos lutar. Devemos lutar é pelos nossos velhos e pelas nossas crianças, que amanhã irão ter nossos lugares, nossos exemplos e nossos pensamentos. Talvez, para nossa vida agora, o mais importante é que , em um dia, em uma década, uma geração mudou. Mudou como muda o curso do vento, sem nunca esquecer.
Somos cobaias de nós mesmos.
E não podemos mudar o verdadeiro curso dessa geração. Estamos passando por coisas que nunca fizemos ou pedimos, mas estamos pondo à prova nossas idéias, bem defronte das bandeiras.
Amanhã vamos sentir, sentir o que realmente é uma vitória. Eu amo todos vocês. Amo tudo o que eu sei. E é nesses termos que nossa luta deve começar: no amor e na nossa cabeça.
André:
Você me deixou de uma forma...
Nunca senti o que estou sentindo.
Sabe, é força.
Você fez, nesse momento, uma chave que tem o poder de mostrar que a coisa mais importante de

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nossas vidas é o nosso querer.
Genial!
Marcita:
Ontem mesmo a gente estava alegre.
(começa a chorar e sai do palco. Lois sai junto).
Gioconda:
Chocante.
Muganga:
Ramis, por favor, mais uma loira.
André:
O processo em torno dos acontecimentos está deixando um espaço paralelo. Estamos querendo fazer coisas, mas não sabemos o quê e nem onde começar.
João: Quem sabe se dermos um tempo?
Muganga:
(engasga com a cerveja) (pausa) Dá um tempo?
Você deve ta brincando. Os fatos estão aí. Tá tudo acontecendo na nossa cara e você vem com essa de tempo.
Edu:
Às vezes ele precisa de tempo. Correr é uma virtude do João.
André:
Dessa maneira não. Não podemos levar por esse caminho. Os fatos estão lá fora. Será que fica tão difícil de entender?
Muganga:
Pois bem. Vamos começar por você. O que você tem em mente?
André:

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