QUARTO ATO

Todos os atores; porém, em primeira mão, somente o professor.

Professor:
Nada mais que uma simples e adequada situação completamente obscura à mente racional, e de certa forma mágica aos olhos, de um tempo imponente ao povo e fraco diante da realidade histórica. Não podemos descrever como fazer uma correção no tempo perdido. No entanto, podemos e devemos tentar materializar uma idéia. A liberdade acaba sendo trocada, vendida, alugada e rebocada para o seu antônimo. É um tratamento cada vez mais vigente no passar de nossas vidas. É muito relevante essa questão.(o ator mostra suas mãos para a platéia e diz) É realmente difícil de compreender o sinal? Mãos que nunca deixarão de dar medo, mãos que invertem e mutilam a condição verdadeira, mãos que nada mais são que teorema. Com ela fazemos muitas coisas.(faz gestos correspondentes a palmas, nariz, masturbação, carona, tudo bem, ok, que coceira, pilotar avião, roubar, carícia, murro, tapa, adeus, bom dia, tocar uma guitarra, plantar, esculpir, criar e matar) Mãos belas e horrorosas, mas mãos. Mãos que vêm também do apocalipse. Há quanto tempo estamos querendo, de uma forma ou de outra, ouvir um tremendo grito? Gritooo ...
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É sadismo feito de risoto de frango com quiabo, bem babão e gordo. Em um tempo, somente é questão de um momento, e tudo acaba. É o fim, ficando apenas os sapatos, as calças e os cabelos, que são longos. A purificação da alma não se deve somente à pedida relação do ver e crer. Realmente , a purificação vem do espontâneo. O gigante tem que despertar. O povo não adota aquilo do qual ele dúvida. E esse termo está em prova. O final da questão, é tão simples quanto comer chocolate. A cultura provoca despedidas, mas não são despedidas turísticas. Temos que fazer uma operação sanitária na cabeça de muita gente. Nesse canteiro, a liberdade é a flor, é trabalho de muito tempo, feito com amor e sem o menor complexo de culpa. É loucura, não? De certa forma sim, pois toda loucura é real, mas nem toda realidade é uma loucura. Existe a obscuridade da sociedade no tocante à realidade moderna. Esses meninos não passarão em vão nos trilhos da História. A vida continua e é tão inconformista, que uma vez ou outra deixa a verdade fazer uma marca em sua trajetória.
(nesse momento, o professor tira um envelope do bolso e diz)
Este envelope tem uma conseqüência bastante digna de um país em que a última palavra é dada por um governo autoritário. De minha parte, não tenho outra opção, senão comprar duas passagens. Não deixa de ser uma atitude de louvor, pois quem tem a força dita as normas e não tem saco para ficar aturando pelegos.
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