“luz negra” já foi devidamente arquivada no Museu dos “Anos Rebeldes”. O “Funk” ocupou, lamentável e incompetentemente, o lugar dos Beatles, enquanto a “Jovem Guarda” já se remasterizou em pacotes saudosista promocionais e o “Extasy” desbancaram a “Cuba Libre” (rebaixada,hoje,à categoria de bebida da mais antiga das profissões...).
De tudo,entretanto, mas com inovações,ficaram os “jeans” (nostalgia,modismo ou resistência):uniforme e símbolo de toda uma geração que ousou, pública e descaradamente, sonhar...Sonhar e tentar transformar o sonho em realidade palpável e permanente. -Voar...Alçar, acima e adentro de si mesmo, seu mais fantástico e arriscado vôo e , num rasante, redescobrir-se (mais suave que em Kafka): um reaviso de um certo Fernão Capelo...
Para muitos, o 13 é o número místico circundado pelos mais diversos presságios. As 13 personagens que tecem, entretecem e entristecem “Barra de Jeans” poderiam, misticamente ou não, se multitransmutar em 26,39,78...Não importa quantos são, foram ou teriam sido...
Não importa se chamaram Mô, André, Aná, Petit Pan, Alex, Lu, Anjinho ou seja lá qual o nome ou apelido...
O que importa, sim, e acima de qualquer outra coisa, é a marca que cada um a seu modo- deixou fixada no irretocável painel alegórico dos tempos...




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Sobre isso, já bem disse Fernando Pessoa/Bernardo Soares em seu “ livro do Desassossego”: “Cada coisa que foi nossa, ainda eu só pelos acidentes do convívio ou da visão, porque foi nossa, se torna nós (...) tudo o que se passa no onde vivemos é em nós que se passa.Tudo o que cessa no que vemos é em nós que cessa. Tudo que foi, se o vimos quando era, é de nós que foi, se o vimos quando era, é de nós que foi tirado quando partiu...”
Por isso, “Barra de Jeans” não se restringe, mínima ou comodamente, a mais uma fotografia, dentre as muitas existentes, sobre o multicolorido e fértil (corrija-me quem o conseguir) período da repressão. Ao contrário, o texto de Marco Mendes di Siervuli/Petit Pan é, na verdade, o negativo de " fato do fato ".





HOMERO DE CARVALHO FARIA









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